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Navegador Árabe Ahmad Ibn Majid

A gente que ama a história dos povos árabes (que é riquíssima, mas pouco conhecida no ocidente) vai contar um pouquinho dela para você. Já ouviu falar em Ahmad ibn Majid? Nunca, não é? Ele é tipo um Cristóvão Colombo ou um Pedro Álvares Cabral das Arábias, especificamente da região do Golfo Pérsico e do Golfo de Omã. Ahmad é motivo de orgulho para os povos árabes por ter sido o maior nome local na época das grandes navegações.

Ahmad ibn Majid (conseguiu pronunciar? risos) nasceu, provavelmente em 1421, em Julfar, que pertencia a Omã. Hoje a região é o remoto Emirado de Ras Al Khaimah, nos Emirados Árabes. Filho de uma tradicional família de marinheiros, ele muito jovem já navegava. Ahmad foi cartógrafo e “o cara” da navegação na época. Só pra você ter uma ideia, sem ele Vasco da Gama não teria encontrado o caminho das Índias. Explicando: na época o os ocidentais não tinham nenhum mapa da região da Península Arábica (não tinha Google Maps naquela época, tá?) e o Vasco da Gama não conseguia traçar a rota marítima. Eis que chega às mãos do navegador português um mapa que Ahmad ibn Majid tinha montado nas suas viagens para a região. Esse material deu aquela ajuda pro Vasco da Gama sair da costa leste da África e conseguir chegar às Índias.

Navegador árabe Ahmad ibn MajidEle escreveu um monte de livros sobre oceanografia, ciências marinhas e enciclopédias de navegação. Esses tratados traziam informações ainda não conhecidas sobre esses temas e mudaram o cenário da navegação árabe. Ahmad também dava uma de cientista e fez algumas descobertas que modernizaram o astrolábio – um instrumento de orientação muito importante em navegação marítima. Além de tudo isso, Ahmad era um artista (como ele arrumava tempo pra isso? risos) e publicou mais de quarenta livros de poesia e prosa em árabe.

O emirado de Ras Al Khaimah traz um pouquinho dessa história para os nossos dias. Lá fica o Bin Majid Society for Traditional Art and Rowing, associação criada pelo governo para preservar a memória da navegação e artes náuticas. O Museu Nacional de Ras Al Khaimah, que fica em um antigo forte onde moravam os governantes locais, guarda mapas marítimos da época e relíquias desenterradas na região, que foi um importante porto entre os séculos XII e XVIII.

Curtiu e quer saber mais? A gente vai voltar com mais posts sobre história das grandes navegações árabes, as rotas de comércio entre as Índias e a África, resgatando essa relação dos beduínos com o mar que dura até hoje. Não é à toa que o símbolo de pujança de Dubai, o Burj Al Arab, tem formato de caravela. Isso é uma alusão ao poderio dos beduínos do mar e a importância nas navegações na história da Península Arábica. Aguarde!

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